O presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória recriando o Ministério das Comunicações, que vai incorporar as funções da agora extinta Secretaria Especial de Comunicação Social, nesta quarta-feira (10). Com isso, o presidente nomeou como ministro o deputado Fábio Faria (PSD-RN), genro do empresário Silvio Santos, dono do SBT, publicou a Reuters.
O PSD é um dos partidos que fazem parte do chamado centrão, grupo de partidos com quem Bolsonaro vem negociando para a formação de uma base de apoio no Congresso. A nova pasta será criada a partir da divisão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, cujo titular é Marcos Pontes.
A nova pasta incorpora também, de acordo com a Presidência, as funções da atual Secretária de Comunicação da Presidência. Entre elas, o controle e a distribuição das verbas publicitárias do governo.
“Nesta data, via MP, fica recriado o Ministério das Comunicações a partir do desmembramento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações”, disse Bolsonaro em uma publicação em sua conta no Facebook. “Para a pasta foi nomeado como titular o deputado Fábio Faria/RN”, completou o presidente.
Ao ser questionado na rede social por uma apoiadora sobre a indicação de um deputado para o novo ministério, Bolsonaro lembrou que também tinha sido parlamentar e acrescentou: “Creio ser consenso nossa falha na Comunicação”.
Hoje a Secom está nas mãos do publicitário Fabio Wajngarten, amigo dos filhos do presidente e ligado à chamada ala ideológica do governo. Segundo o Palácio do Planalto, o novo ministério não aumentará despesas.
“Sem nenhum aumento de despesa, utilizando apenas de cargos de estruturas já existentes, o presidente da República recriou o Ministério das Comunicações”, diz a nota.
“A Secretaria Especial de Comunicação Social, hoje na Secretaria de Governo da Presidência da República, foi extinta e suas competências incorporadas ao novo Ministério.”
Até agora integrantes ou indicados do centrão estavam ocupando cargos fora do primeiro escalão do governo.
As negociações com esse grupo de partidos acelerou conforme ganhou fôlego a possibilidade de um processo de impeachment ou uma denúncia da Procuradoria-Geral da República com base no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal que apura acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre a possível tentativa de interferência política do presidente na Polícia Federal. (Informações da Reuters)