A Crusoé e o site IG divulgaram neste domingo (23), a JBS assinou R$ 47 milhões em contratos com o governo de Jair Bolsonaro. No cardápio contratado pelas Forças Armadas estão peças de picanha, maminha e filé mignon.
Segundo dados do Portal da Transparência, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista fechou 30 novos negócios com o Ministério da Defesa desde o início de 2019, quando Bolsonaro foi empossado, para fornecer alimentos congelados para os militares do Exército e da Marinha.
A reportagem indica que existiu uma operação de bastidores, que contou com a participação pessoal do presidente, do seu advogado Frederick Wassef e do procurador-geral da República, Augusto Aras para tentar salvar seu acordo de delação premiada na PGR.
Como revelou Crusoé nos últimos dias, a JBS pagou 9 milhões de reais ao advogado Frederick Wassef nos últimos cinco anos. O então defensor do presidente Bolsonaro e de seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, foi sem procuração à sede da PGR em outubro do ano passado para falar sobre o acordo de delação da empresa dos irmãos Batista assinado em 2017, mas que corre sérios riscos de ser rescindido devido a irregularidades cometidas pelos empresários.
A reunião de Wassef com um subprocurador encarregado de analisar o acordo na PGR foi solicitada por telefone pelo presidente Jair Bolsonaro ao procurador-geral, Augusto Aras. Horas antes da audiência, o subprocurador chegou a receber um telefonema do próprio presidente da República, a quem coube endossar o encontro. Como não tinha procuração para falar sobre a delação da JBS, o advogado dos Bolsonaro foi interrompido pelos procuradores do caso e a conversa não avançou.
A JBS confirmou ter contratado o escritório de Wassef, mas disse que o advogado atua em “inquéritos policiais” e não no acordo de delação junto à PGR. Wassef, que em julho havia negado ter contrato com o frigorífico, disse que não tratou sobre a colaboração da empresa no Ministério Público Federal. Aras disse que não recebeu nenhum pedido de Bolsonaro sobre o caso JBS e afirmou que vai investigar os pagamentos da empresa ao ex-advogado do presidente.