O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não haver votos suficientes para aprovar a criação do programa Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família. O entrave é a eventual retirada de recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) para financiar o projeto.
“Não existem votos para tirar dinheiro da Educação para o programa [Renda Cidadã]. Ninguém vai fazer isso. Chance zero”, disse Maia ao portal G1.
Deputados de vários partidos avaliam que o governo quer “furar” o teto de gastos, mesmo que o presidente da República, Jair Bolsonaro, negue publicamente. Com a repercussão negativa da proposta, a equipe econômica já busca outras alternativas para o Renda Cidadã.
Senador Major Olímpio (Valter Campanato/Agência Brasil)
Parlamentares ouvidos pelo portal UOL também rechaçaram a proposição. “A agenda da renda cidadã é essencial para o país, mas do jeito que foi formulada é uma obra eleitoreira, que mistura depredação do futuro com pedalada”, disse Marcelo Calero (Cidadania-RJ).
Christino Áureo (PP-RJ) acredita que o governo indica ao mercado financeiro que não tem compromisso com as contas públicas. “Para o ‘mundo real’, onde as pessoas vivem, significa retirar recursos de uma área crucial , matando o futuro que é a educação. Precatórios não cumpridos têm nome: calote”, avalia.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) não poupou críticas, principalmente ao trecho que tira dinheiro dos precatórios. “Rolagem de dívida de precatórios é jogar fora as alterações que o Congresso acabou de votar do Fundeb”, disparou.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também é contrário ao projeto, mas não vê muitos empecilhos para a aprovação. “Não diria que é zero, mas é muito difícil”, resume.