O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista a Datena, no programa "Brasil Urgente", nesta terça-feira (15) que não se imunizará contra a Covid-19. “Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu e ponto final”, afirmou, ao responder se iria fazer como demais líderes de outras nações para incentivar a população.
Na conversa, Bolsonaro, que já contraiu a doença, informou que vai liberar R$ 20 bilhões para a compra das vacinas, que não tornará a vacinação obrigatória, e encorajou desconfiança no imunizante. “É universal, à disposição de quem quiser. Mas tem que ter responsabilidade. O fabricante fala que não é responsável por efeito colateral nenhum”, disse.
O presidente ainda aproveitou para voltar a fazer propaganda de medicamentos que não têm eficácia comprovada, como hidroxicloroquina e ivermectina. "Salvou minha vida. E minha mãe de 93 anos tem sempre uma caixa do lado dela", disse. "Alguns falam que não tem comprovação científica... Eu sei disso, mas não tem contra-indicação. Está aí à disposição, pegou, toma", afirmou, contrariando os estudos que mostram que os medicamentos trazem riscos à saúde, inclusive causando risco de morte em idosos. (Veja aqui).
Na entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que a pandemia está "no final" e que "estamos próximos a uma imunidade de rebanho", mesmo os números oficiais das mortes e casos tendo aumentado nas últimas semanas, apontando uma nova alta nos índices.
Somente nesta terça-feira (15), o Brasil teve, oficialmente, 915 mortos por Covid-19. Esse é o maior número desde o início de novembro.