Em 2020, as aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino e Rede Estadual, foram suspensas em Mato Grosso do Sul e Campo Grande, desde 28 de março, em virtude da pandemia da covid-19.
Para 2021, a expectativa é que as aulas retornem na REME no dia 8 de fevereiro, porém não foi definido se será presencial ou de forma remota.
O TopMídiaNews entrevistou a doutora em Educação pela PUC/SP, Ângela Maria Costa para uma análise sobre o ensino remoto prestado aos alunos.
Questionada se os alunos perderam no quesito currículo escolar com o ensino à distância e a pandemia, Ângela pontua que houve muita perda.
“Os alunos perderam todo o currículo, mesmo que tenha sido passado, alguns alunos não conseguiram acessar na totalidade... Nós não conseguimos realmente fazer um ensino de qualidade, que é o que garante a Constituição Federal”.
Na visão da profissional de educação, para 2021, é necessário que seja feito um exame em todos os alunos que estiveram em ensino remoto para verificação de aprendizagem.
Ela pontua também que as escolas já deveriam estar prontas para abertura, com planos de biossegurança adequados. Costa defende que a educação nunca foi prioridade em nenhum governo e acredita que investimento na estrutura física, como construção de novas escolas, deveria ser o foco dos governantes.
“Algumas crianças de baixa renda só se alimentam nas escolas. Não podemos tapar os olhos e dizer que demos contas desse grande problema da pandemia... Brasil perdeu décadas da educação, como vinha perdendo antes, a marca da educação brasileira sempre foi desigualdade”, reflete.
“Ao invés de bares, lojinhas de roupa, deveria ter sido priorizado educação, atividade de primeira linha... Para abrir escola com segurança nós temos que fechar algumas coisas... 2020 foi um ano perdido na educação, não tivemos ganhos, aulas virtuais ou ensino remoto, alcançou pouca gente, apesar do esforço grande dos professores”.