Mato Grosso do Sul lidera o ranking dos Estados com crescimento na taxa de ocupação de leitos, com 103%. Campo Grande também se encontra na zona de alerta crítico com 109%. As informações foram divulgadas pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, em nota técnica desta quinta-feira (03), que analisa o crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo a publicação, 13 estados apresentam aumento das taxas de ocupação e nove Unidades Federativas estão na zona de alerta crítico com indicador superior a 80%. Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico, nove estão na zona de alerta intermediário e oito estão fora da zona de alerta.
Para os pesquisadores do Observatório Covid-19, o comportamento das taxas de ocupação em estados e capitais parece apontar para a interiorização de casos de Covid-19 pela variante Ômicron. Algumas capitais já apresentam mais estabilidade ou mesmo queda nas suas taxas, enquanto as taxas dos estados crescem expressivamente.
Não vacinados são mais suscetíveis a forma mais grava da doença
A Nota Técnica destaca que o cenário atual não é o mesmo registrado entre março
e junho de 2021, considerada a fase mais crítica da pandemia e ressalta que
mesmo com o acréscimo de leitos observados nas últimas semanas, a
disponibilidade é bem menor.O documento reforça que o crescimento nas taxas de
ocupação de leitos de UTI SRAG/Covid-19 para adultos no SUS é preocupante,
principalmente frente às baixas coberturas vacinais em diversas áreas do país,
onde os recursos assistenciais são mais precários. Os pesquisadores alertam que
uma proporção considerável da população que não recebeu a dose de reforço, e a
população não vacinada, são mais suscetíveis a formas mais graves da infecção com
a Ômicron e voltam a sublinhar que a elevadíssima transmissibilidade da
variante pode incorrer em números expressivos de internações em leitos de UTI,
mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves.
Diante desse cenário, a Nota Técnica reforça como fundamental
a necessidade de avançar com a vacinação, incluindo a exigência do passaporte
vacinal. Os pesquisadores também sugerem a obrigatoriedade do uso de máscaras
em locais públicos, campanhas para orientar à população e o autoisolamento ao
apresentar sintomas, evitando a transmissão.
Ocupação nos Estado e Capitais
Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (91%) e o Distrito Federal (97%) mantiveram-se
na zona de alerta crítico, onde também entraram o Amazonas (80%) e Mato Grosso
(91%). Na zona de alerta intermediário, permaneceram o Pará (74%), Amapá (69%),
Tocantins (78%), Ceará (67%), Bahia (74%), Rio de Janeiro (62%), São Paulo
(72%), Paraná (72%), e entraram o Alagoas (69%) e Santa Catarina (76%), que
estavam fora na zona de alerta. Fora da zona de alerta mantiveram-se o
Acre (57%), Maranhão (59%), Paraíba (41%), Sergipe (37%), Minas Gerais (37%) e
Rio Grande do Sul (54%), somando-se Rondônia (58%) e Roraima (52%), que estavam
na zona de alerta intermediário.
Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico: Manaus (80%), Macapá (82%), Teresina (83%), Fortaleza (80%), Natal (percentual estimado de 89%), Maceió (81%), Belo Horizonte (86%), Vitória (80%), Rio de Janeiro (95%), Campo Grande (109%), Cuiabá (92%), Goiânia (91%) e Brasília (97%). Nove estão na zona de alerta intermediário: Porto Velho (77%), Rio Branco (70%), Palmas (72%), São Luís (64%), Recife (77%, considerando somente leitos públicos municipais), Salvador (68%), São Paulo (75%), Curitiba (71%) e Florianópolis (68%). Boa Vista (52%), João Pessoa (58%) e Porto Alegre (55%) estão fora da zona de alerta.