Nos últimos três dias, o presidente Jair Bolsonaro ganhou 142 mil inscritos em sua página no aplicativo, um aumento de 13,1%. Nesta segunda-feira, 21, o perfil do chefe do Executivo tinha 1,2 milhão de seguidores. Bolsonaro ganhou quase três vezes mais seguidores que o total do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (51 mil) no Telegram.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) registrou 11 mil seguidores a mais no período e chegou aos 100 mil inscritos na rede social, um aumento de 12,1%. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que tinha 77 mil inscritos até sexta, ganhou 10 mil seguidores - um crescimento de 12,3%. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) conquistou 3 mil seguidores, um aumento de 5%
"A ação de Moraes causou um redemoinho nos grupos de extrema direita", afirmou o coordenador do Laboratório de Humanidades Digitais, Leonardo Nascimento, que monitora articulações da extrema direita no Telegram. Segundo o pesquisador, os grupos monitorados trocaram cerca de 300 mil mensagens ao longo de sexta-feira, dia do anúncio do bloqueio do Telegram - número próximo ao registrado no 7 de Setembro passado, um dos mais intensos na plataforma.
"Se olharmos os efeitos políticos disso, a ação causa um clima de guerra nos grupos de extrema direita, algo que alimenta a ação deles", observou Nascimento.
'Implacável'
Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda a decisão de Moraes e se disse alvo de "perseguição implacável" por parte do ministro. "Sabemos da posição do Alexandre de Moraes. É uma perseguição implacável para cima de mim", afirmou o presidente à Jovem Pan. "Sabemos o que eles querem. Querem eu fora de combate e o Lula, eleito." Bolsonaro considerou, ainda, a medida contra o aplicativo um "crime". "Um crime, um ato lamentável. São milhões de pessoas que usam Telegram, você não pode prejudicar", declarou.
FONTE: MÍDIAMAX