Alguns dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, se manifestaram nesta quarta-feira (25) durante a sessão da Assembleia Legislativa contra o projeto do presidente Jair Bolsonaro (PL): o "homeschooling" (ensino domiciliar). Eles querem mobilizar a bancada federal para que rejeite a proposta, que agora segue para análise do Senado.
Por MS, os senadores Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) devem votar nos próximos dias.
"Precisamos fazer pressão junto aos senadores, à bancada para que isso não passe. O projeto ainda prevê que os pais deverão ser formados no ensino superior, mas as camadas mais pobres não terão condições de fazer isso”, disse o deputado Pedro Kemp do PT.
Kemp é presidente da Comissão Permanente de Educação afirma que permitir que os pais sejam os responsáveis pela educação base dos filhos, sem a obrigatoriedade da presença escolar, é um retrocesso para o país.
“A aprovação e seguinte sanção significaria um dano ao país, que já tem uma educação com problemas de reprovação, de evasão escolar, que também viu na pandemia, com crianças praticamente um ano e meio, dois anos em casa, com sérias dificuldades com a educação remota. Sem acesso a computadores, internet de qualidade, pais sobrevivendo, tentando acompanhar o ensino. As escolas indígenas ou rurais tiveram que fazer entrega de atividades por escrito, sendo a maneira que encontraram para poder garantir alguma atividade”, argumentou o deputado.
Ao comparar a realidade enfrentada na pandemia, Kemp afirma que há uma defasagem grande de alunos que não voltaram a frequentar as escolas.
O deputado Gerson Claro (PP) disse que no geral, as famílias não tem condições de fazer o ensino domiciliar.
“Também considero um retrocesso. A experiência na pandemia é clara nisso, que a realidade brasileira não chegou no Congresso Nacional. A educação formal tem que ser realizada com a equipe técnica, que ainda assim precisa muito melhorar a qualidade."
Claro é a favor de pressionar os senadores para votarem contra. "Quero engrossar fileiras na manifestação contra esse absurdo de projeto."
Para o deputado Professor Rinaldo (Podemos) as consequências serão ainda mais prejudiciais. “Não acredito que o projeto vai resolver algum problema. O aluno precisa do relacionamento que faz parte também do ensino e aprendizagem. Não é dessa forma que resolveremos a Educação”, considerou.
Para o deputado Zé Teixeira (PSDB) é preciso mais gestão e respeito. “Quando nós íamos à escola, o professor é autoridade. O diretor então era autoridade máxima, tinha muito respeito, que hoje falta. Hoje existe uma lotação na sala de aula e uma má gestão na Educação que eu não me conformo. Psicólogo dando aula de Matemática. Precisamos melhorar a gestão também”, ponderou.
Fonte: Top Midia News