O pescador Romualdo Macedo Rodrigues ficou 11 dias à deriva em um freezer no meio do Atlântico após o barco dele naufragar. O resgate ocorreu por navegantes que encontraram o objeto boiando no mar, já no Suriname.
Romualdo estava bastante debilitado e sem documentos, devido a isso, ele ainda foi detido por 16 dias em Paramaribo, capital do país vizinho.
Em entrevista à TV Record no último domingo (28), o pescador contou que teve a ideia de subir na geladeira após ver o seu barco começar a naufragar. Ele saiu do porto de Oiapoque (AP) para passar três dias pescando. Apesar de ter conseguido os peixes, o barco apresentava rachaduras e a água não parava de entrar resultando no acidente.
“Comecei a secar, mas no outro dia não tinha mais jeito e foi para o fundo mesmo”, contou ele à emissora. O que ele tinha mais próximo era um freezer e, após testar se o objeto boiava na água, Romualdo decidiu usá-lo.
“Quando eu vi que não tinha jeito, eu peguei o freezer e fui embora”. Romualdo disse que se quer sabe nadar, e se manteve dentro do casco por onze dias. O homem ainda disse, que começou a entrar água dentro do freezer, e ele tentava esvaziar com as próprias mãos. O que o deixou “desesperado”.
MEDOS
Possivelmente, pescador passou cerca de 400 km da costa. Ele também enfrentava outro perigo: o de ser atacado por tubarões.
“Eu pensava que ia ser atacado pelos tubarões porque em alto mar tem muito peixe curioso,” confessou ele.
O pescador foi resgatado em 11 de agosto por um grupo de pescadores. Eles avistaram a geladeira boiando no mar e decidiram conferir.
“Eu ouvi um barulho e tinha um barco em cima do freezer. Só que eles achavam que não tinha ninguém lá. Aí eles foram encostando devagar, minha vista já estava se apagando, aí eu falei: ‘Meu Deus, o barco’. Levantei meus braços e pedi socorro.”
Romualdo tinha ficado quase duas semanas sem beber água nem se alimentar.
“O que mais incomodava era a sede”, disse ele, que assim que chegau ao Suriname recebeu os primeiros socorros, porém, por não ter documentos ficou detido pela polícia local.
Ele conta que ficou cerca de 16 dias em uma cela com outros presos e que não lhe explicaram o motivo da prisão.
O delegado Luís Carlos Porto, da Polícia Federal, foi o responsável por ele e o acompanhou após a extradição para o Brasil. Romualdo contou também, que só podia receber visitas das autoridades brasileiras.
À TV, o agente contou que Romualdo ainda estava debilitado na cela. “Ele estava bastante magro, debilitado, mas com uma consciência muito boa. As feridas que tinha pelo corpo, que eram relacionadas ao sol, já estavam bem melhor. Ele diz que teve problemas na visão por conta do calor excessivo, sal e luminosidade, mas ele estava em uma aparência muito tranquila e com uma boa saúde”, destacou.
Romualdo não tinha passaporte e saiu do Suriname com documentos especiais. O voo tinha como destino a cidade de Belém. Para ele, a extradição foi “o dia mais importante” da vida dele. “Nasci de novo”, relatou. “Essa geladeira, para mim, foi Deus. Um milagre.
Fonte: Amazonas1