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Médico é acusado de causar morte de bebê durante parto no DF

Familiares alegam que o bebê morreu após horas de sofrimento

Publicada em 08/11/22 às 09:51h

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Médico é acusado de causar morte de bebê durante parto no DF
Crédito: Metrópoles  (Foto: )

O médico obstetra Shakespeare Novaes Cavalcante de Melo do Distrito Federal está sendo acusado pela morte de um bebê após o parto, em um hospital particular de Brasília. A denúncia foi feita pelo Ministério Público após os pais da criança registrarem um boletim de ocorrência.

Segundo a família, a criança teria sofrido um trauma na cabeça após o especialista inserir uma ferramenta conhecida como vácuo extrator, para tentar retirá-la do útero da mãe.

A PCDF (Polícia Civil do Distirito Federal) enviou o inquérito para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que denunciou o profissional à Justiça do DF. Segundo o site Metrópoles, ao menos outras duas famílias denunciaram o mesmo médico por procedimentos semelhantes, que quase custaram a vida de seus filhos.

“Minha esposa estava com 39 semanas de gravidez quando procuramos a emergência do hospital. Lá, fomos atendidos por uma médica de plantão. Ela indicou uma cesariana, mas logo foi embora. Cerca de 1h30 depois, o doutor Shakespeare, que nos acompanhou durante o pré-natal, chegou. Ignorando a indicação da primeira médica, ele já foi informando a utilização da bomba de ocitocina, certas posições e o vácuo extrator. De repente, vimos uma gestação tranquila sumir em um parto de puro horror”, disse o pai do bebê, cuja identidade será resguardada.

Segundo o homem, que assegura ter acompanhado todo o procedimento, inclusive fazendo registros com fotos e vídeos, as tentativas de o médico induzir o parto com o vácuo extrator foram “assustadoras”. “O instrumento fazia um barulho extremamente forte. Ele ficou tentando retirar o meu filho dessa forma, mas não conseguiu. Como consequência, o bebê, em vez de descer, subiu para o abdômen da minha esposa, momento em que ele decidiu pela cesariana, sem conversar direito conosco”, relembra o brasiliense.

Para o pai, o processo foi “assustador”. “Eu olhava no rosto da equipe e os percebia fazendo sinal negativo, como se algo estivesse errado. Inclusive, a enfermeira realizou uma manobra de Kristeller, considerada violência obstétrica e, logo em seguida, pediu desculpas, dizendo que ‘no calor da emoção todo mundo comete o erro’. Eu estava tão focado na minha esposa e no meu filho que não consegui reagir”, disse o pai, emocionado.

De acordo com o homem, quando, finalmente, retiraram o bebê da barriga da mãe, a criança estava “roxa” e com o “pescoço mole”, momento em que correram com ele para o pediatra, pois o recém-nascido estava em parada cardíaca.

“O médico o reanimou, mas ele estava com respiração ruidosa, curta e dolorosa. Era nítido que meu bebê estava sofrendo. Na cabeça dele tinha um machucado compatível com a ferramenta utilizada pelo médico, mas na hora todos diziam que ele estava bem, mas cansado e, por isso, ficaria na UTI para ter conforto respiratório. De repente, falaram em intubá-lo, e eu fiquei desesperado”, declarou.

Após 13h de sofrimento, lutas e uma série de paradas cardiorrespiratórias, segundo o homem, a criança morreu. Nesse momento, o médico teria informado aos pais que o bebê nasceu com problema cardíaco e não resistiu.
Insistentes, os familiares contam que apenas depois de muita exigência conseguiu o direito de fazer a necropsia. Por fim, o laudo indicou que o bebê “tinha órgãos saudáveis, contudo, dispunha de um sangramento subgaleal na região occipital da cabeça, a qual tinha um volume considerável de sangue”.

“Nós só saímos do hospital depois de recebermos todos os prontuários. Quando abrimos o documento, vimos que o médico tinha, de fato, errado. Ele matou meu filho. Isso para nós foi um horror, porque eu estava em um hospital particular, e mesmo assim não fomos assistidos. Então, juntamos todas as provas e registramos um boletim de ocorrência”, contou o pai.

Ainda conforme o Metrópoles, o inquérito apresentado pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) ao MPDFT foi aceito pela Justiça no fim de outubro de 2022, um ano após o parto. Agora, segundo o processo, o médico responderá por homicídio culposo.

“Para nós, foi uma vitória. Apesar de sabermos que o nosso filho não voltará, essa é uma esperança de que nenhuma outra família enfrentará o que enfrentamos, pois a dor que sentimos, eu não desejo a ninguém” finalizou.

Fonte: Top Midia News






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