O campo-grandense, que não teve a identificação revelada, preso no Distrito Federal durante os atos antidemocráticos no domingo (8), afirmou em depoimento que teve a viagem financiada para Brasília pelos organizadores dos atos, pois estava desempregado.
O depoimento foi obtido pela GloboNews e divulgado nesta segunda-feira (9), mostrando que ele responderá pelo crime de 'Golpe de Estado'. Questionado se queria permanecer em silêncio, o homem optou por responder os questionamentos feitos pelos policiais.
Diante das perguntas, o campo-grandense explicou que viajou para a capital federal no intuito de participar dos movimentos "em prol da nação" e veio em uma caravana formada por várias pessoas de diversas cidades, mas não dizendo se havia outro sul-mato-grossense.
Em outro trecho do depoimento, ele enfatiza que a viagem não foi cobrada, motivo pelo qual ele teria aceitado participar dos atos, já que estaria desempregado no atual momento. Essa seria a terceira vez que ele viaja com as despesas pagas por organizadores e financiadores.
O campo-grandense ainda relata que permaneceu acampado no QG, chegado há alguns dias antes do Natal. E que no domingo, teria participado da caminhada de manifestação a favor país, quando observou estar acontecendo o confronto entre golpistas e policiais que usavam gás lacrimogênio.
Ainda durante sua fala aos policiais, o homem relatou que foi até o Palácio do Planalto na tentativa de fugir da confusão, já que na visão dele "seria o local mais seguro no momento", pois também teria a proteção de um cordão do Exército, onde também aproveitou para se ajoelhar, assim como outras pessoas, para manifestar de forma ordeira e pacífica.
Em um momento de correria, o campo-grandense entrou no Palácio do Planalto e, na sua versão, quando as coisas estariam mais calmas, "notou que o local estava depredado, mas que não presenciou quem seriam as pessoas que danificaram as estruturas".
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou durante a madrugada desta segunda-feira (9), a dissolução e desocupação dos acampamentos na frente dos quartéis, inclusive, em Campo Grande, na Avenida Duque de Caxias, onde golpistas completaram dois meses a frente do Comando Militar do Oeste.