BATE PAPO NO ARRAIÁ.
Milton Jorge da Silva.
Os compadres se encontram
No Arraiá da Pandemia.
Sufocados pela máscaras conversaram
Relatando a tristeza que os envolvia.
- Compadre como está você
Faz tanto tempo que não lhe vejo.
- Isolado, preso, sem aparecer
Acho até que estou preso.
Nem na Praça posso ir
Sinto falta do joguinho de dominó.
- É proibiram o nosso ir e vir
Impediram-nos de dançar Forró.
Eita viruzinho esquisito
Ninguém consegue o ver no sertão.
Dizem que é o tal "flango flito"
Amigo e protetor de ladrão.
Os bandidos soltos na rua
Para não pegar a infecção.
Assaltam com ou sem lua
O caos chegou ao sertão.
-Pior foi o que aconteceu
Com a comadre Licitação.
De assalto ela morreu
Pobre e sem um tostão.
Também o sr. Superfaturamento
Está passando por maus bocados.
O respirador teve aumento
Vai acabar morrendo sufocado!