INFÂNCIA.
Milton Jorge da Silva.
Quando a criança desperta
Não há muito para lembrar.
Na puberdade há a descoberta
Do que a memória foi capaz de registrar.
Os primeiros amiguinhos
Os colegas nos recreios da escola.
A recordação dos vizinhos
O primeiro chute na bola.
Os piques peguem a correria
A fieira e a lançada do pião.
O esconde-esconde a euforia
O anel passando de mão em mão.
A ciranda cirandinha
O boi da cara preta.
O pulo da amarelinha
A brincadeira refeita.
Brincar era coisa de criança
Até nas festas de São João.
Infância que hoje é lembrança
Guardada no coração.
Banhos furtivos na represa
Até aprender a nadar.
Os pais envolvidos na empresa
E os filhos a se esbaldar!