ASAS.
Milton Jorge da Silva.
Que vontade que sinto de escrever
Mas as palavras não vêm.
Assistir o verbo acontecer
Na saudade de alguém.
O verbo para engasgado
A rima não quer rimar.
A inspiração passa ao lado
A poesia quer calar.
Não encontro as palavras
Para expressar alegria ou tristeza.
Enquanto a frase trava
No olhar não há beleza.
A caneta risca e rabisca
Há tantos rascunhos amassados.
A chama solta faísca
Quando o rascunho é queimado.
De repente brota da alma
Um vocabulário sem fim.
A rima risonha e calma
Traz a poesia até mim.
As palavras se fazem versos
A rima anima a Poesia.
Volta os encantos do universo
A ilusão dá asas à fantasia!