A polícia apreendeu na casa do jornalista assassinado Leo Veras, o celular e o computador para perícia na tentativa de descobrir de onde vinham as ameaças que ele estava sofrendo. O crime aconteceu na noite desta quarta-feira (12), em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. Leo foi assassinado a tiros enquanto jantava com a família.
A apreensão de todo o material na casa do jornalista aconteceu ainda na noite de quarta (12) logo após o assassinato. O promotor Marco Amarila disse ao ABC Color que com estes materiais apreendidos espera descobrir as razões das ameaças que o jornalista vinha sofrendo. Ainda segundo informações existem nos arredores da residência de Leo câmeras de segurança, mas não se sabe se gravaram o crime.
O promotor ainda contou que a esposa do jornalista disse que ele estava muito apreensivo e tenso nos últimos dias, ele praticamente se despediu da família, disse Amarila. A esposa do jornalista não confirmou a polícia se ele vinha sendo ameaçado. Leo estava em casa jantando com a família quando os pistoleiros invadiram a casa e atiraram contra o jornalista, que tentou correr. Algumas características dos assassinos já foram repassadas para a polícia, que agora tenta encontrá-los.
Leo foi atingido por 12 tiros, sendo que um foi na cabeça pelas costas quando ele já estava caído no chão, o que demonstra que o jornalista tentou fugir dos pistoleiros. Todos os tiros foram disparados pelas costas de Leo, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu e morreu.
Os três pistoleiros encapuzados estavam em um Jeep Grand Cherokee. Nos últimos dias, Léo Veras concedeu entrevista à emissora Record no programa Domingo Espetacular, em uma matéria especial sobre respeito do tráfico de drogas e violência na fronteira.
A ABI (Associação Brasileira de Imprensa), inclusive já fez denúncia sobre as ameaças sofridas pelo jornalista. Em 2013, a Associação relatou o trabalho de Léo e da imprensa nesta região da fronteira, marcada principalmente pelas execuções motivadas pelo narcotráfico.
“Vou continuar fazendo o meu trabalho como eu faço todos os dias. Não existe ameaça que me impossibilite. Não vou me trancar em casa por causa disso”, disse na ocasião