Preso em 2019 por decapitar e ainda comer um pedaço do pescoço de Eliel de Jesus, de 44 anos, em Coxim, cidade distante 253 quilômetros de Campo Grande, o funileiro Agnaldo dos Santos Miranda tentou prisão domiciliar. A defesa entrou com a alegação da possibilidade de contágio pelo coronavírus nas unidades prisionais.
Conforme publicado no Diário da Justiça nesta terça-feira (14), foi de comum acordo pelos juízes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça a negativa para o pedido de habeas corpus. Agnaldo foi denunciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, depois que matou, decapitou e até comeu um pedaço da carne de Eliel.
Para os juízes, a respeito da gravidade do coronavírus, o poder público tem tomado as medidas adequadas para a contenção da doença, especialmente no Sistema Prisional. Assim, a soltura dos presos não é a única medida possível para este caso, considerando outras providências eficazes já adotadas.
Homicídio e decapitação
Três delegados de polícia – Silvia Elaine Girardi Menck, Felipe de Oliveira Paiva e Fernando Ferreira Dantas, trabalharam no caso. O funileiro foi preso em maio de 2019 e chegou a negar envolvimento com o crime para a polícia. Horas depois de interrogado, confessou e contou detalhes de como agiu.
Ele alegou que parou de usar drogas porque perdeu a esposa e guarda dos filhos. Mas estava na companhia de Eliel, que teria insistido para que ele usasse, o que causou um momento de fúria, como definiu o suspeito. Neste momento, o funileiro disse que decidiu matar a vítima.
Eles chegaram a entrar em uma briga e o suspeito desferiu várias facadas na vítima. O funileiro afirmou não se lembrar quantas, mas a necropsia encontrou 16 golpes pelo corpo. Entretanto, algumas facadas podem ter sido desferidas por outra pessoa, com quem Jesus se desentendeu anteriormente, horas antes de morrer.
Ao relatar os golpes, o autor disse que foi uma faca certeira no peito, emendando que “quando se quer matar porco e boi tem que ir direto no coração, sem piedade”. Após decapitar a vítima, o suspeito cortou um pedaço da carne do pescoço e comeu. Depois, deixou a cabeça na varanda da casa do outro homem, por quem ele também procurou para matar.
Como não encontrou, ele voltou para sua residência, dormiu e foi trabalhar normalmente durante a manhã. O autor foi preso quando chegava a uma conveniência, onde compraria fumo. O funileiro disse que não estava arrependido do crime, inclusive colaborou com a investigação depois que foi preso.