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Campo Grande chega a 101% de leitos de UTIs ocupados e SES teme colapso na Saúde

Geraldo Resende disse que a macrorregião de Campo Grande está precisando usar leitos que ainda não foram habilitados pelo Ministério da Saúde

Publicada em 09/08/20 às 14:06h

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Campo Grande chega a 101% de leitos de UTIs ocupados e SES teme colapso na Saúde

Campo Grande atingiu neste domingo (9) 101% da taxa de ocupação dos leitos de UTIs em sua macrorregião, informou a SES (Secretaria Estadual de Saúde). A Capital recebe pacientes de 34 municípios e em depoimento na última semana, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que a superlotação dos leitos é devido aos pacientes que oriundos do interior.

Conforme o boletim da SES, em Campo Grande existem 234 leitos de UTI e 49% do total estão sendo ocupados por pacientes com coronavírus. Além disso, 8% dos moradores internados nos hospitais ainda aguardam resultado de exame para saber se estão contaminados com o vírus.

Segundo disse o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, nesta semana haverá a ativação de mais leitos de UTI ‘oficiais’. “Campo Grande já ultrapassou os 100% de ocupação dos leitos, pois estamos utilizando os leitos que ainda não foram habilitados e vamos atrás da habilitação no Ministério da Saúde”, disse, explicando que para ter mais UTIs, as cidades precisam de capacitação profissional.

Resende também afirmou que se os casos aumentarem ainda mais, a Saúde no estado pode entrar em colapso. “Temos três semanas com números expressivos de casos e temos uma capacidade que é finita, não ‘infinita’. Estamos chegando agora a exaustão. A única forma de evitar um colapso no Mato Grosso do Sul, será a tomada de medidas que levem a aumente a taxa de isolamento social”, afirmou.

Além disso, o secretário revelou os números da semana epidemiológica de Campo Grande, que apontou 2.231 casos positivos. A Capital também lidera o ranking de cidade com mais número de infectados em MS, com mais de 12 mil confirmações, seguido de Dourados, com 4,5 mil moradores contaminados.

Atualmente MS tem mais de 31 mil casos confirmados de Covid-19 e 509 mortes registradas.

Superlotação de leitos

Campo Grande recebe pacientes de outros municípios para atendimento em agravamento do coronavírus. Entretanto, para o prefeito Marquinhos Trad (PSD), os pacientes de Aquidauana estariam contribuindo para a superlotação do sistema de Saúde da Capital. Aquidauana, que fica a 140 quilômetros de Campo Grande, estaria com problemas no abastecimento de oxigênio dos leitos de CTI (Centro de Terapia Intensiva).

Em Aquidauana, o aumento de casos na área rural, principalmente nas aldeias, tem causado colapso na rede local de saúde da cidade. A situação se agravou na região após evento que reuniu políticos para lançamento de obra, no início de julho. O caso está, inclusive, sendo apurado pelo MPF (Ministério Público Federal).

As afirmações foram feitas nesta quarta-feira (05), ao Jornal Midiamax. De acordo com dados da Prefeitura de Campo Grande, dos 75% dos pacientes internados da macrorregião da Capital é da microrregião de Aquidauana. Ou seja, dos 29 internados, 22 são da microrregião do município do interior.

“Todos esses pacientes deveriam ficar em Aquidauana”, afirmou Marquinhos. De acordo com o plano municipal de Saúde de Aquidauana, fazem parte da microrregião os seguintes municípios: Aquidauana, Anastácio, Miranda, Bodoquena, Nioaque e Dois Irmãos do Buriti. Sendo que a única cidade que ainda não enviou pacientes para a capital, é Bodoquena.

Falta de oxigênio nos leitos

A transferência de pacientes da microrregião de Aquidauana para a Capital acontece devido à falta de manutenção na usina de oxigênio do HR (Hospital Regional) Doutor Estácio Muniz. Devido a situação, um ofício de solicitação de averiguação foi enviado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

No documento, é citado que o município do interior recebeu R$ 6.485.612,97 de repasses federais e R$ 620 mil de recursos estaduais. Estas verbas foram enviadas para a Prefeitura Municipal como auxílio para enfrentamento a pandemia de coronavírus.

Assim, o ofício, encaminhado para o procurador-geral de Justiça do MPMS, Alexandre Magno de Lacerda, pede que o órgão faça inspeção na gestão do município. A solicitação tem como base a quantidade de repasses recebidos e ainda assim, a falta de manutenção na usina de oxigênio do hospital. Atualmente, o HR de Aquidauana poderia atender apenas três pacientes, de acordo com o documento.

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE: Midiamax




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