O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski deu cinco dias para que todos os estados e o Distrito Federal informem a quantidade de agulhas e seringas em seus estoques. O despacho foi proferido um dia depois de o Ministério da Saúde dizer, em ofício, que sete deles não têm insumos suficientes para iniciar a vacinação contra a covid-19 – entre eles, Mato Grosso do Sul. O governo do Estado desmentiu a pasta federal.
Lewandowski pediu as informações no âmbito de ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade, ajuizada a fim de forçar o governo federal a realizar todos os procedimentos necessários para a aquisição de vacinas. Em resposta à sigla no processo, o Ministério da Saúde alegou existir pelo menos 52 milhões de seringas nos estados para iniciar a imunização, prevista para começar na semana que vem. Os números foram obtidos em consulta feita pela pasta em novembro passado.
Conforme o ministério, Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina não teriam estoque suficiente para suprir uma demanda inicial. O cenário considera a disponibilidade imediata de 30 milhões de doses da vacina contra a covid-19.
O ofício juntado pela pasta na ação aponta para apenas 162,8 mil seringas e agulhas disponíveis em Mato Grosso do Sul. O montante é superior aos 168,6 mil integrantes dos grupos prioritários para receber a imunização – idosos, população indígena e trabalhadores da Saúde -, também segundo os dados obtidos e informados pelo ministério.
Hoje (14), o governo estadual desmentiu a pasta do general Eduardo Pazuello, dizendo ter 2,5 milhões de seringas e agulhas aptos para iniciar a vacinação emergencial. Os insumos, segundo o Executivo, estariam de posse dos municípios e também da rede estadual de imunização.
Além disso, o governo estadual afirmou que busca mais seringas e agulhas em dois processos de compra em andamento.
Ministério da Saúde prometeu 1,7 milhão de doses da CoronaVac para MS
Mato Grosso do Sul vive a expectativa de receber 1,7 milhão de doses da CoronaVac, compradas pelo governo federal do Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com a multinacional chinesa Sinovac. A eficácia geral do imunizante é de 50,3%.
O ministro Eduardo Pazuello disse hoje, em reunião articulada pela Frente Nacional de Prefeitos, que a vacinação contra a covid-19 no Brasil começa no próximo dia 20. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve decidir até domingo (17) sobre os pedidos para uso emergencial da CoronaVac e da vacina da AstraZeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) com a Universidade de Oxford, da Inglaterra.