Sérgio Roberto de Carvalho,
ex-major da Polícia de Mato Grosso do Sul e considerado o maior traficante de
drogas do Brasil, foi preso na Hungria na madrugada desta terça-feira (21),
onde as autoridades locais o teriam flagrado com documentos de identidade
falsos.
A informação é da CNN Portugal. Uma investigação da Polícia Judiciária portuguesa, em articulação com as autoridades brasileiras, teria sido determinante para o fim do império do barão da droga — que tinha atividade em Portugal, onde estaria lavando dinheiro por meio de investimentos milionários, nomeadamente em imóveis que foram arrestados por ação da polícia.
A Polícia Judiciária e a Polícia Federal acreditam que os 578 quilos de cocaína
apreendidos no Brasil a bordo de um jato privado, que tinha como destino o
aeródromo de Tires, em Cascais, pertenciam à rede deste antigo major.
O narcotraficante pode estar também por trás da tentativa de compra da
empresa de aviação portuguesa OMNI, através de um esquema com recurso a testas
de ferro brasileiros. Esse negócio, investigado há largos meses em Portugal
pela polícia, conta com João Loureiro como intermediário enquanto advogado.
Sérgio Roberto de Carvalho teria vivido escondido em Lisboa durante cerca de
dois anos, onde a polícia apreendeu 12 milhões de euros em notas, em novembro
passado.
Carvalho estava na Europa
Major Carvalho foi preso pela primeira vez em 1997, quando já estava no
quadro da reserva dos oficiais da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
Ele foi militar por 16 anos e é considerado um dos mais poderosos e influentes
traficantes da América do Sul.
O ex-major só foi expulso da PM 22 anos após ser preso por tráfico de cocaína
pela primeira vez. A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia
7 de março de 2018.
O decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) informava que o
major perdeu o cargo por consequência do trânsito em julgado de sentença
judicial que determinou a expulsão.
No Brasil, Sérgio Carvalho foi pego em um hotel no Guarujá (SP), depois que 237
kg de cocaína foram flagrados em aeronave pronta para decolar de sua
propriedade, a Fazenda Cordilheira, em Rio Verde de Mato Grosso, em Mato Grosso
do Sul. Foi condenado a 15 anos de prisão pelos crimes
de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
No entanto, entre 2007 e 2009, quando já cumpria pena em regime
semiaberto, voltou a ser preso por envolvimento em jogos de azar, alvo das
operações Xeque-Mate e Las Vegas. Em 2010, virou notícia durante a Operação
Vituvriano, também da Polícia Federal, que apurou uma fraude ao espólio de José
Olímpio, que morreu sem deixar herdeiros.
Carvalho seria o chefe da quadrilha que tentava ficar com a herança do
milionário, que vivia em São Paulo e morreu em 2005, deixando sem herdeiros uma
fortuna estimada em mais de R$ 100 milhões.
Na europa, Carvalho teria adquirido a empresa de aviação Airjetsul, que também
operava a partir de Tires, para usar os jatos no transporte de droga, e seria o
cérebro por trás da compra da OMNI, para transportar droga e branquear dinheiro
proveniente do tráfico.
FONTE: IVINOTICIAS