Candidato a governador de Mato Grosso do Sul, o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) não compareceu à Casa da Mulher Brasileira, na tarde desta quarta-feira (21), prestar depoimento sobre o inquérito de assédio sexual. Ele tinha sido convocado pela delegada Maíra Pacheco, que está à frente do caso.
Marquinhos teria pedido adiamento do depoimento.
Um grupo de cerca de 30 mulheres esteve no local fazendo uma manifestação pacífica em prol do esclarecimento do caso. Cleonice Costa Silva, 55 anos, alega que o movimento é apartidário, em luta contra os crimes contra a dignidade sexual das mulheres, considerando que o Estado já contabiliza mais de 30 feminicídios somente neste ano.
“Ele é um servidor púbico, foi eleito, colocou nome à disposição para estar administrando, aí foi denunciado, está sendo investigado, hoje ele deveria ser interrogado. Nós queremos justiça. Primeiramente porque o político tem que ter lealdade ao povo, respeito ao povo que o elegeu. Se o político pode fazer qualquer coisa, imagina quem não ter cargo público?”, questionou.
A delegada Maíra Pacheco recebeu a imprensa, mas destacou que não pode dar informações para não atrapalhar as investigações. A reportagem apurou que a defesa de Marquinhos esteve no local e protocolou um pedido de adiamento do depoimento. As razões não foram divulgadas.
Segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), várias mulheres denunciarem supostos assédios no gabinete de Marquinhos Trad quando ele ainda era prefeito. O modus operandi seria o oferecimento de empregos em troca de liberdades sexuais com as vítimas.
Ao menos duas vítimas disseram que fizeram sexo com o prefeito e ele mesmo admitiu infidelidade no casamento. No entanto, a defesa do candidato garante se tratar de uma investigação com caráter político, apenas para prejudicá-lo nas urnas. Um funcionário da prefeitura chegou a ser preso suspeito de agenciar prostitutas, que teriam mentindo em depoimento policial.
Fonte: Top Midia News