Mato Grosso do Sul passa por um aumento significativo no número de casos de Covid-19 e H3N2. Com isso, o uso de máscaras mais eficazes contra as síndromes respiratórias — os modelos PFF2, N95 e as máscaras cirúrgicas — são a saída para evitar a disseminação dos vírus e o retorno do caos nos sistemas de saúde. Trabalhando há quase 30 anos dentro de isolamentos respiratórios e com base nos números atuais da pandemia, o infectologista Rodrigo Nascimento Coelho explica que o Estado pode viver uma nova onda de Covid-19.
“Parece que nós estamos em vias de passar por mais uma onda e pode ser da nova variante, a Ômicron. Ela não mostrou um aumento da gravidade, mas a transmissibilidade parece ser bem maior”, explicou.
Lidando com a Covid-19 há meses, o especialista reforça a importância da vacinação para afastar o fantasma das superlotações. “A gente acredita que uma nova onda deve chegar no Brasil, mas o que temos visto é que a vacinação é a principal forma de evitar as hospitalizações”, disse ele.
Eficiência das máscaras
O especialista reforça que as medidas de biossegurança seguem indispensáveis, sendo o principal método para evitar contaminação, ao lado da imunização.
“As medidas de prevenção foram instituídas durante o pico da pandemia. Evitar aglomerações, manter o distanciamento, usar máscaras cirúrgicas, N95 ou PFF2, evitar lugares fechados e com grande recomendação de pessoas. É preciso redobrar os cuidados pra que essa possível onda passe e não traga maiores problemas. O nosso grande temor é a volta da ocupação de leitos na rede pública e particular, e os profissionais da saúde ficarem sem ter como atender os pacientes”, detalhou.
O especialista também explicou sobre o nível de eficiência das máscaras, e os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) mais recomendados para o atual momento.
“A máscara N95 é a mesma da PFF2, são as especificações. Elas filtram partículas menores [muito mais do que as de tecido, já consideradas ultrapassadas no contexto atual da pandemia] e são eficazes para filtração de partículas micrométricas, por isso são indicadas para o coronavírus. A cirúrgica se mostra competente para o vírus influenza”, detalhou.
Uso de máscaras segue fundamental
O uso dos EPIs segue fortemente recomendado, assim como a vacinação e distanciamento social. Com o sucesso das vacinas e surgimento da ômicron, no entanto, muitas pessoas relaxaram quanto ao uso, o que é considerado um erro rudimentar, que ocasionou o retorno dos surtos de infecções, como em Mato Grosso do Sul.
“Eu trabalho há quase 30 anos — por conta da minha especialidade — dentro de isolamentos respiratórios. Seja para tuberculose, meningite e assim por diante, a gente entra com máscara. Não é a Covid-19, a precaução para algumas doenças graves já existe há bastante tempo. Você entra paramentado, é algo natural. As pessoas que vão examinar pacientes contaminados por Ebola no continente africano, por exemplo, todos vão paramentados”, conta o infectologista, acerca da eficácia e da importância das EPIs.
Segundo Coelho, a importância dos EPIS é de conhecimento público, principalmente no momento atual, em que as vacinas diminuíram casos graves de covid.
“A gente sabe que esse tipo de proteção é importante. As pessoas que alegam que a máscara não tem importância diante de uma doença de transmissão respiratória têm que apresentar os dados científicos para contradizer o que a ciência já vem fazendo há muito tempo. Não vejo embasamento científico na fala dessas pessoas que dizem que a máscara não adianta”, conclui.
FONTE: MÍDIAMAX